23 fevereiro 2010
Na passada quinta-feira, o comité para o programa espacial da ESA escolheu as três missões, das 10 ainda a concurso, que passam à fase seguinte do programa Cosmic Vision 2015-2025. O Cosmic Vision 2015-2025 é o programa que irá definir quais as missões que a ESA lançará para o espaço, depois de 2015. E desde quinta-feira que os “concorrentes” diminuíram de dez para três. Estas três serão agora escrutinadas ao pormenor durante o próximo ano e meio, altura em que a ESA decidirá quais as duas (no máximo) que serão efectivamente lançadas para o espaço. A missão PLATO (PLAnetary Transits and Oscillations of stars, ou Trânsitos Planetários e Oscilação de Estrelas) irá detectar planetas pelo método de trânsito e estudará as estrelas “mãe” desses planetas por asterossismologia. A evolução dos planetas está directamente ligada à estrela à volta da qual orbitam. Com a asterossismologia é possível determinar com precisão única as propriedades fundamentais das estrelas (massa, idade, raio), de modo a compreender a formação e evolução das estrelas “mãe” e dos planetas. Associado a outros instrumentos (como o ESPRESSO, a ser instalado no VLT), o PLATO poderá detectar planetas parecidos com a Terra. O investigador do CAUP Nuno Santos, investigador principal da parte nacional do PLATO, diz que “a complementaridade dos dois instrumentos permitirá determinar a massa e diâmetro dos planetas detectados. Teremos assim uma base de dados de “outras Terras” para estudar e tentar descobrir traços da existência de vida extra-terrestre.” A Solar Orbiter , tem como principal objectivo determinar como é que o Sol cria e controla a heliosfera. Para tal, atravessará as regiões interiores da heliosfera, ainda mais próximo que a órbita de Mercúrio. “As observações de elevada qualidade e resolução que serão obtidas pela Solar Orbiter, complementadas com modelos baseados na teoria magneto-hidrodinâmica, poderão fornecer-nos indicações preciosas sobre a nossa estrela.”, disse João Lima, astrónomo solar do CAUP. Além de João Lima, também os investigadores do CAUP Alexandre Fernandes e João Ferreira estão envolvidos no desenvolvimento de tais modelos. Já a missão Euclid é dedicada ao estudo do “lado escuro” do Universo. Os objectivos do Euclid incluem compreender a natureza e a dinâmica da energia e matéria escura, para além da geometria e condições iniciais do Universo. Para isso este irá efectuar as mais extensas e detalhadas pesquisas fotométricas e espectroscópicas de galáxias e enxames de galáxias da história da astronomia. António da Silva, astrónomo extragaláctico/cosmólogo do CAUP, comenta que “a observação de elipicidade, magnitude e espectroscopia de galáxias a realizar pelo Euclid possibilitará cartografar de forma tridimensional a distribuição de matéria (escura e luminosa) até distâncias tão longínquas como 10 mil milhões de anos-luz.” Neste momento Portugal está representado no consórcio do Euclid como observador. Notas: Mais informações: |