As supernovas da galáxia espiral M100

1. A galáxia M100 vista por diferentes instrumentos do VLT. (©ESO – VIMOS e FORS1/VLT)

2. A supernova SN 1979C na galáxia M100. (©ESA/NASA/Immer et al.)

3 março 2006

A galáxia espiral M100 foi observada através do instrumento FORS1, que se encontra instalado no telescópio de 8.2 metros Kueyen, do Observatório VLT (Very Large Telescope), do ESO.

Tal como a Via Láctea, a galáxia M100 é uma galáxia espiral, cuja estrutura é bastante bem definida. A M100 encontra-se a cerca 60 milhões de anos-luz de distância e terá um diâmetro de 120.000 anos-luz. Esta galáxia tem um núcleo brilhante e dois braços espirais proeminentes, onde existem numerosas estrelas de grande massa muito quentes e jovens, bem como regiões ricas em gás e poeira (regiões HII). Esta galáxia apresenta também dois pequenos braços interiores que se parecem ir ao encontro dos grandes braços espirais exteriores.

A observação desta galáxia foi requisitada pelos astrónomos do ESO Dietrich Baade e Ferdinando Patat, que, com os seus colegas Lifan Wang (Lawrence Berkeley National Laboratory, EUA) e Craig Wheeler (Universidade do Texas, Austin, EUA), tinham como objectivo principal estudar a recém descoberta supernova SN 2006X.

Esta supernova foi detectada a 4 de Fevereiro deste ano pelo astrónomo amador japonês Shoji Suzuki e pelo astrónomo italiano Marco Migliardi, e na altura a sua magnitude era 17, isto queria dizer que era 1.000 vezes menos luminosa do que a galáxia. No entanto, cedo se percebeu que a SN 2006X era uma supernova do tipo Ia que ainda não tinha atingido o seu brilho máximo, que aconteceu cerca de duas semanas depois, altura em que a supernova ficou 25 vezes mais brilhante.

O facto da SN 2006X pertencer a uma galáxia tão observada como a M100 potenciará a recolha de uma grande quantidade de informação sobre a supernova e também acerca da região que lhe deu origem. As supernovas do tipo Ia são objectos particularmente importantes pois são usados para medir a taxa de expansão do Universo, porque independentemente do local onde se detectem, têm sempre a mesma luminosidade intrínseca.

No entanto, a SN 2006X não é a primeira supernova detectada na galáxia M100, na verdade ela é a 5ª a ser detectada desde 1900 (SN 1901B, SN 1914A, SN 1959E e SN 1979C). Observações recentes levadas a cabo pelo observatório espacial de raios-X XMM-Newton (ESA) mostraram que em raios-X a SN 1979C continua tão brilhante como há 25 anos atrás, enquanto que no óptico a supernova diminuiu o seu brilho de um factor de 250! A SN 1979C pertence à subclasse de supernovas do tipo II e resultou da explosão de uma estrela com 18 vezes mais massa que o Sol.

Para mais informações
http://www.eso.org/outreach/press-rel/pr-2006/pr-08-06.html