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Centro de Astrofísica da Universidade do Porto
23 setembro 2008

O VLTI (ESO) acaba de receber mais um hóspede – o instrumento PRIMA (Phase Referenced Imaging and Microarcsecond Astrometry).

O PRIMA foi especificamente desenhado para detectar oscilações em estrelas provocadas por planetas que orbitem ao seu redor, e que não é possível observar directamente. “Isto vai permitir não só a detecção de planetas extra-solares, bem como a determinação da sua massa”, afirmou Gerard van Belle (ESO), investigador responsável pelo instrumento.

A precisão astrométrica do PRIMA – dezenas de micro-segundos de arco – não tem comparação, pois nenhum outro instrumento instalado noutros observatórios – espaciais ou terrestres – consegue atingir estes resultados.

Para além de ser capaz de obter valores astrométricos muito precisos, o PRIMA será usado como parte do VLTI, em conjunto com os instrumentos AMBER e MIDI. O VLTI baseia o seu funcionamento na interferometria, que consiste no combinar de luz recebida por dois ou mais telescópios. As pequenas diferenças de sinal que surgem por se usarem vários telescópios, são usadas para calcular ângulos com extrema precisão. Recorrendo a esta técnica, o PRIMA pode detectar pormenores de forma muito detalhada, que equivale ao uso de um telescópio com um diâmetro igual à distancia que separa os dois telescópios usados na interferometria. No caso do VLTI, a distância entre 2 telescópios é, aproximadamente, 200 metros.

Dos instrumentos usados no VLTI, o PRIMA é diferente pois na realidade é um 2 em 1: 2 interferómetros para 1 instrumento. O PRIMA consegue, ao mesmo tempo, obter dados provenientes de duas fontes distintas: a fonte mais brilhante serve de “guia”, e isto permite ao interferómetro “olhar” para a fonte mais ténue, durante período de tempo mais longo do habitual. Algo que os outros interferómetros não são capazes de fazer.

O PRIMA começou a chegar, em partes, ao Paranal, no final do mês de Julho. Depois de montado seguiu-se um período de testes. A 2 de Setembro, começou a funcionar, usando para tal 2 dos Telescópios Auxiliares do Observatório. Mais testes serão levados a cabo ao longo dos próximos 6 meses, mas os primeiros resultados já são muito positivos. Só depois deste período de testes é que o PRIMA será colocado ao dispor da comunidade de astrónomos.

Para mais informações
http://www.eso.org/public/outreach/press-rel/pr-2008/pr-29-08.html

1. Preparação para a First Light – A primeira luz do instrumento. (©ESO)
2. Instalação do PRIMA. (©ESO)