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Centro de Astrofísica da Universidade do Porto
9 novembro 2005

O Quarteto de Robert é um grupo de quatro galáxias, que se encontram a 160 milhões de anos-luz de distância, na direcção do centro da constelação austral da Fénix. Os elementos que constituem esta família foram descobertos em 1830 por John Herschel. Eles são as galáxias NGC 87, NGC 88, NGC 89 e NGC 92.

A galáxia NGC 87, que podemos encontrar à direita na figura 1, é uma galáxia irregular, muito semelhante às Nuvens de Magalhães, que orbitam a Via Láctea. No centro da figura temos a NGC 88, que é uma galáxia espiral com um difuso envelope externo, provavelmente composto por gás. Em baixo, ao centro, vemos a também galáxia espiral NGC 89, cujos braços são de grande dimensão. O maior elemento do grupo é a NGC 92, que podemos ver mais à esquerda. Esta galáxia espiral é do tipo Sa, o que quer dizer que é uma galáxia espiral com braços apertados em torno de um núcleo central de grandes dimensões. No entanto, um dos braços da NGC 92 cujo comprimento ronda os 100.000 anos-luz e que contêm grandes quantidades de poeira, tem vindo a ser distorcido por forças-de-maré.

Este quarteto é um dos melhores exemplos de um grupo compacto de galáxias. Grupos deste tipo, constituídos por quatro a oito galáxias que se encontram numa região não muito extensa, são excelentes laboratórios para estudar interacções entre galáxias e perceber os seus efeitos, nomeadamente no campo da formação estelar.

Os astrónomos do ESO já conhecem algumas das propriedades das regiões de formação estelar activa (regiões HII) que habitam os membros do Quarteto de Robert. Encontraram-se mais de 200 regiões HII na NGC 92, com dimensões que vão dos 500 aos 1500 anos-luz! Na galáxia NGC 87 foram detectadas 56 regiões HII. Embora as duas outras galáxias também apresentam regiões deste tipo, elas são em menor número: na NGC 88 encontraram-se duas estruturas tipo pluma e na NGC 89 um anel com uma elevada actividade estelar.

O sistema aparenta ter sofrido um claro aumento de formação estelar, que será consequência directa da interacção entre os seus vários elementos. Isto é uma prova que esta é uma família perturbada.

A magnitude visual media deste quarteto é próxima de 13. Isto quer dizer que é cerca de 600 vezes menos brilhante que os objectos mais ténues que os nossos olhos são capazes de detectar a olho nu. O elemento mais brilhante do grupo tem magnitude 14.

Informações adicionais
http://www.eso.org/outreach/press-rel/pr-2005/phot-34-05.html

1. O Quarteto de Robert (©ESO)
2. A Galáxia NGC 92 em H-alpha (©ESO)