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Centro de Astrofísica da Universidade do Porto
10 julho 2009

Com a ajuda dos telescópios W.M. Keck e CFHT, em Mauna Kea (Havai), uma equipa de astrónomos consegui observar duas remanescentes de supernova, que explodiram à cerca de 11 mil milhões de anos.

O líder da equipa, o cosmólogo Jeff Cooke, diz que este novo método de detecção de supernovas poderá levar à descoberta de supernovas cada vez mais distantes. Este método consiste em “somar" várias observações obtidas ao longo de bastante tempo, para produzir imagens compostas com melhor precisão que as originais separadas, o que permite detectar objectos mais ténues do que seria possível observar normalmente.

Para encontrar estas supernovas distantes, os astrónomos “somaram" imagens da CFHT Legacy Survey, obtidas ao longo de 4 anos de observações, para produzir várias imagens compostas. De seguida comparam-nas, para tentar descobrir objectos que parecessem aumentar e diminuir de brilho nesse período.

Os objectos que cumpriam este critério foram depois analisados com dois espectrógrafos do observatório Keck, de modo a determinar a composição química e a distancia deles. Para uma destas supernovas, os dados apontam para uma distância de cerca de 11 mil milhões de anos-luz.

A astrónoma Alicia Soderberg, do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics (CfA), diz que “a técnica do Cooke é robusta e fiável, porque é simples e os resultados não têm nenhuma ambiguidade. Em retrospectiva, não consigo acreditar como é que não começámos a usar este método antes". De notar que Soderberg não pertence à equipa responsável pela descoberta.

Antes deste estudo, a mais distante Supernova (tipo IIn) conhecida deste tipo estava a 6 mil mihões de anoz-luz, e a mais distante de qualquer tipo estava a 9 mil milhões de anos-luz. Cooke diz que “ao estudar estas supernovas extremamente distantes, estamos a perceber melhor onde é que as estrelas explodiam logo a seguir ao Big Bang, e como é que as propriedades estelares mudaram com a evolução do Universo. Esta técnica pode dar uma ideia de como foram produzidos e distribuídos pelo cosmos os elementos essenciais para a formação de planetas e para a existência de vida."

As supernovas são o final de vida explosivo de estrelas de grande massa. Estas estrelas vão fundindo elementos cada vez mais pesados no seu núcleo, até chegar ao ferro. Como a fusão do ferro já não é rentável, a estrela pára de produzir energia, e todas as camadas superiores colapsam sobre o núcleo. A dada altura, como uma mola, são libertadas para o espaço de forma explosiva. Nesta explosão caótica é possível formar todos os elementos do Universo, inclusivé os que compõem os nossos corpos.

Estas descobertas e o novo método de detecção foram publicadas na edição de 9 de Julho da revista Nature.



Mais informações
Notícia W. M. Keck
Artigo Científico na Nature

1. Imagem artística de uma supernova a ejectar as camadas superiores de gás. (NASA/Swift/Skyworks Digital/Dana Berry)
2. Um dos campos profundos da CFHT Legacy Survey usados neste estudo. (Jeff Cooke/CFHT)
3. Uma das supernovas descobertas com este estudo. (Jeff Cooke/CFHT)