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Centro de Astrofísica da Universidade do Porto
14 março 2012

Março de 2012 está a ser um mês propício para a observação de planetas. No início pudemos assistir à oposição de Marte, com o planeta a passar apenas a 101 milhões de km da Terra. E neste momento podem ver-se no céu noturno todos os planetas visíveis a olho nu.

Logo ao anoitecer, que nesta altura ocorre por volta das 19 horas, podemos ver 4 destes 5 planetas, embora um deles esteja prestes a desaparecer.

Mercúrio, que nunca se afasta muito do Sol, neste momento está visível ao pôr-do-sol (e na direção deste). Numa cidade, com prédios a tapar o horizonte, provavelmente já não será observável, porque este planeta está muito próximo do horizonte. Além disso, mesmo quando está numa posição de observação mais propícia, com magnitude 2,25, Mercúrio nunca é muito brilhante, sendo mesmo menos brilhante que a estrela polar.

De seguida, e um pouco mais acima no céu, será bem fácil encontrar duas “super-estrelas”, sendo a menos brilhante o planeta Júpiter, e a mais brilhante, o planeta Vénus. Apesar da conjunção dos dois ter sido no passado dia 13, eles estarão bem próximos um do outro durante os próximos dias, estando a menos de 5 graus de distância até ao próximo domingo.

Do outro lado do céu, a Este, está a começar a aparecer no céu uma “estrela avermelhada” – o planeta Marte. Nesta altura Marte fica no céu durante a maior parte da noite, pois só passa abaixo do horizonte pouco depois do Sol nascer. Com magnitude a rondar -1, Marte não é tão brilhante como Júpiter ou Vénus, mas ainda assim bastante brilhante para ser facilmente distinguível de uma estrela.

O que não acontece com o último destes planetas, pelo qual é preciso esperar mais umas horas. Por volta das 22h nasce Saturno, o planeta dos anéis. Mas com uma magnitude de 1, tem brilho praticamente idêntico a Spica (Espiga), a estrela logo ao lado. Para quem estiver virado a Este, Saturno é a “estrela” da esquerda e Espiga, a estrela da direita.

Notas
A escala de magnitudes é usada para medir o brilho dos objetos celestes. De uma forma simples, quanto menos brilhante é o objeto, maior a sua magnitude. Como exemplo, a Lua cheia tem magnitude -12, Vénus tem mag. -4, Sirius (a estrela mais brilhante do céu à noite) tem mag. -1.5, a estrela polar tem mag. 1,95 e as estrelas mais ténues do céu têm magnitudes próximas de 6.

Como o céu se considera aproximadamente uma esfera, as distâncias entre objetos são medidas em ângulos. De uma maneira aproximada, à distância de um braço esticado, o polegar representa 2 graus, um punho fechado cerca de 10 graus, e um palmo aproximadamente 20 graus.

Uma conjunção é a altura em que dois (ou mais) objetos estão no ponto de maior aproximação no céu.

Uma oposição ocorre quanto um planeta, a Terra e o Sol estão perfeitamente alinhados e os dois planetas estão "do mesmo lado" da órbita. No caso de Marte, a oposição ocorreu no passado dia 3 de março 2012, algo que ocorre de 26 em 26 meses.

1. O céu de hoje, por volta das 21h (imagem: Stellarium) 2. Foto da aproximação de Vénus a Júpiter, na zona do Alqueva (Foto: Miguel Claro)