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Centro de Astrofísica da Universidade do Porto
25 fevereiro 2011

Observações de um novo sub-tipo de supernovas, as tipo IIn, levadas a cabo pela equipa liderada por Ferdinando Patat (ESO), revelam que estas explosões podem não ser simétricas.

Estrelas de grande massa têm um final de vida bastante dramático, na forma de uma explosão de supernova. Sendo estes astros praticamente esféricos, seria de esperar que a supernova resultante tivesse também uma forma e uma expansão aproximadamente esférica.

A equipa de Patat observou a supernova 2010jl (SN 2010jl), situada a 160 milhões de anos-luz, na galáxia UGC 5189A, com o telescópio Zeiss de 2,2 metros de Calar Alto. Esta é apenas a terceira das supernovas do tipo IIn a ser observadas com técnicas que permitem determinar a geometria da explosão. E em todas estas observações foram encontradas pistas que apontam para que as explosões sejam assimétricas.

A SN 2010jl é a explosão resultante de uma estrela com 30 vezes a massa do Sol. Este tipo de estrelas têm vida bastante curta, durante a qual não só emitem radiação, mas também libertam bastante matéria para o espaço. Esta matéria vai envolvendo a estrela, criando uma capa à sua volta. Quando se dá a supernova, o material expelido pela explosão choca com a matéria que envolvia a estrela, produzindo luz polarizada.

Foi esta polarização que foi detetada pelos instrumentos de Calar Alto. Resta agora analisar os resultados, para saber se a assimetria é da própria explosão, ou é devida ao choque de uma explosão esférica, com a matéria envolvente, que pode ser assimétrica.

Os resultados baseiam-se em dois artigos científicos, que foram aceites para publicação na revista Astronomy & Astrophysics.

Notas:
A luz é constituída por ondas eletromagnéticas, que oscilam em todas as direções, mas sob certas condições podem oscilar numa direção específica – luz polarizada. O olho humano, bem como a generalidade dos detetores dos telescópios, é incapaz de distinguir a polarização da luz, e para tal usam-se polarizadores.
O exemplo mais comum de polarizadores são os óculos para ver os recentes filmes 3D. Cada lente tem um polarizador diferente, e cada uma deixa passar uma imagem diferente. A sobreposição de duas imagens diferentes dá-nos a sensação de profundidade.

Mais informações:
Comunicado de imprensa do Observatório de Calar Alto

1. Imagem da Supernova 2010ji (Calar Alto Observatory) 2. Telescópio Zeiss de 2,2 metros (Calar Alto Observatory)