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Centro de Astrofísica da Universidade do Porto
3 novembro 2005

Ao observar o planeta Plutão, o Telescópio Espacial Hubble (NASA/ESA), descobriu que afinal este pequeno planeta terá não uma mas sim três luas!

Plutão foi decoberto por Clyde Tombaugh em 1930 e encontra-se a 6 mil milhões de quilómetros do Sol, no coração da cintura de Kuiper que é a vasta região de pequenos corpos gelados que existe para além da órbita de Neptuno. Em 1978 os astrónomos descobriram Caronte, que até agora é a única confirmada lua de Plutão. "Se, como as imagens do Hubble parecem indicar, Plutão tem não uma mas duas ou três luas, ele será o primeiro corpo da cintura de Kuiper onde se conseguiu detectar mais do que um satélite.", afirmou Hal Weaver do Laboratório de Física Aplicada Johns Hopkins, e um dos lideres da equipa de investigação que fez a descoberta.

As candidatas a luas foram provisoriamente designadas como S/2005 P1 e S/2005 P2, e encontram-se a 44.000 quilómetros de Plutão, o que quer dizer que estão 2 a 3 vezes mais afastadas de Plutão do que Caronte. Estas pequenas luas terão entre 64 a 200 quilómetros de diâmetro. Já Caronte tem um diâmetro de 1.170 quilómetros, enquanto que o diâmetro de Plutão é de 2.270 quilómetros.

A equipa de investigadores planeia realizar novas observações em Fevereiro. Observações que levem à confirmação desta recente descoberta. Só depois de ter lugar uma confirmação a União Astronómica Internacional poderá atribuir nomes definitivos a S/2005 P1 e a S/2005 P2.

A câmara ACS (Advance Camera for Surveys) do Hubble observou as candidatas a luas a 15 de Maio de 2005. "Os novos candidatos a satélites são cerca de 5.000 vezes menos brilhantes do que Plutão, mas mesmo assim conseguiram ser facilmente detectados nas imagens do Hubble", afirma Max Mutchler do Instituto de Ciência do Telescópio Espacial, e o primeiro elemento da equipa a identificar as luas. Três dias depois da primeira observação o Hubble voltou a apontar a ACS para Plutão e os dois objectos ainda se encontravam nas imagens obtidas, parecendo orbitar o planeta.

Marc Buie, do Observatório Lowell, e também investigador da equipa, diz que um novo exame das imagens obtidas pelo Telescópio Espacial a 14 de Junho de 2002 parece confirmar a presença de P1 e P2 na vizinhança de Plutão. Pois tendo em conta as observações de 2005 os pequenos satélites encontram-se nos locais previstos.

A equipa tentou descobrir outros potenciais candidatos a luas mas apenas foram detectados os satélites P1 e P2. "Estas imagens do Hubble representam a mais sensível pesquisa de objectos próximos de Plutão alguma vez realizada, pelo que será improvável encontrar nesta região outros objectos com um diâmetro superior a 16 quilómetros", afirmou Andrew Steffl do Southwest Research Institute.

Imagens obtidas pelo Hubble em Maio de 2005 (©NASA, ESA)