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Centro de Astrofísica da Universidade do Porto
19 setembro 2011

Há muito que os astrónomos pensavam que a maior parte das estrelas que constituem as galáxias que observamos no universo tinha tido origem em surtos de formação estelar decorrentes de violentas fusões entre galáxias. No entanto, as novas observações do observatório espacial Herschel, da ESA, vieram mostrar que esta é apenas uma pequena contribuição para o total de estrelas formadas.

Quando os astrónomos observam as galáxias próximas da Via Láctea, verificam que quase todas essas galáxias se encontram a formar estrelas a uma taxa relativamente baixa, da ordem de 1 estrela com massa semelhante à do Sol por ano. Para além disso, a maior parte das exceções são galáxias que se encontram em processos de fusão com outras galáxias, exibindo taxas de formação estelar 10 a 100 vezes superiores ao normal.

Assim, os astrónomos têm interpretado estes dados como evidência de que a maioria das estrelas se terá formado em surtos de formação estelar, como consequência de processos de fusão entre galáxias que, aliás, eram muito mais frequentes no universo jovem do que atualmente.

No entanto, recentemente, os astrónomos observaram em detalhe, com o Herschel, uma amostra de mais de 2000 galáxias que inclui galáxias consideravelmente mais ténues do que as utilizadas em estudos anteriores. Analisando estas galáxias, os astrónomos verificaram que 80% delas não tinha experimentado nenhum grande surto de formação estelar desencadeado por colisões de galáxias. Apenas cerca de 20% das galáxias tinha formado as suas estrelas como consequência de colisões.

Assim, com este estudo, os astrónomos verificaram que a maioria das galáxias tem formado estrelas de forma suave, em quantidade proporcional ao gás que têm disponível. À medida que as galáxias vão gastando esse gás, a taxa de formação estelar vai diminuindo e, naquelas que observamos no universo próximo, a quantidade de gás disponível já é tão reduzida que apenas quando ocorrem colisões lhes é possível formar estrelas em quantidade significativa.

No passado, também uma equipa que incluiu o investigador do CAUP Pedro Viana, tinha já obtido dados que apontavam para que as colisões de galáxias tivessem tido um papel pouco relevante na formação das estrelas que constituem as galáxias mais brilhantes.

Para mais informações
Comunicado de imprensa da ESA
Comunicado científico da ESA

1. Representação artistica de uma galáxia a formar estrelas de uma forma suave. (ESA/AOES Medialab) 2. Imagem composta, em cores falsas, da área do céu observada pelo Herschel. (ESA / NASA / JPL-Caltech / PEP Key Programme consortium / Dieter Lutz)